“SEMEANDO”
Como lutaste!
Como desbravaste os campos verdejantes
e as matas hoje quase seminuas
para que pudesses plantar e colher
e outros usufruírem.
Como te entregaste!
Como deixaste ali tuas mãos calejadas
e teu rosto cansado
morrendo à míngua
e, às vezes, até sem direito algum.
Como sofreste!
Como não te valorizaram
nem tampouco te valorizam hoje
por isso, vives isolado
com medo e temendo a tudo.
Como foste enganado!
Como és enganado
com promessas vãs e discursos vazios
que parecem não preencher
qualquer espaço dentro de ti.
Como te fazem pequeno
minguado, surrado e mesquinho
por seres apenas um que trabalha,
ara e tenta colher o seu próprio sustento
nesse lugar de apenas alguns.
JC BRIDON