Vi línguas de fogo surgirem dos céus
vulcões explodiam e faziam imensas crateras
enquanto o mar varria tudo e todos
que encontrava pelos caminhos.
Vi seres serem sepultados
ameaçados por raios e trovões
levados pelas águas imundas
dos rios que cobrem a terra.
Vi pobres, ricos, maltrapilhos e pedintes
verem suas vidas escorrerem
pelos vãos estreitos dos buracos sem fim
sem ter sequer algo que lhes salvassem.
Vi mãos se erguerem e se estenderem aos céus
numa tentativa desesperada de salvar-se
daquela que, agora, transpunha os umbrais da vida
sem uma mínima chance de sobrevivência.
Porém, em dado momento,
vi uma luz de esperança brilhar nos céus
e sentimentos nobres turbilhavam agora
a mente de todos os seres.
Era a esperança, entrecortada pela voz suave e meiga
que novamente nos mostrava o caminho
e que somente por ali, por aquela pequena brecha,
a vida continuaria a ser vida.
JC BRIDON
23-05-06