Passei a vida caminhando
sem nada ver e olhar
sentindo saudades infindas
dos lugares e das belezas
que de lá tentei trazer.
Nas corredeiras da vida
senti a fome açoitar
e nos buracos imundos
desejei me aproximar
para tentar sobreviver
numa vida quase inútil
que de pouco nada tinha
e do nada eu vivia.
Da luz da esperança
trago o archote
que tento acender
para iluminar meu caminho
tão escuro e obscuro
que meu desejo é inútil
de viver, sentir e amar.
Sou peça inacabada
no teatro de vida inútil
mas acalento um sonho
de sonhar com as virtudes.
Por isso, vivo vivendo
num trêmulo caminhar
e nos tropeços da vida
alcançar a liberdade
que em tanto e tantos casos
vivo sempre a tentar.
JC Bridon